Geral
A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) vem sendo considerada como uma das principais pragas da cultura do milho. Ela deixou de ser uma praga exclusiva de regiões produtoras de sementes e hoje está presente em praticamente todas as áreas onde se cultiva o cereal, tanto na primeira safra quanto na safrinha, no país. As perdas ocasionadas pelos enfezamentos e viroses transmitidos pela cigarrinha podem chegar a mais de 90%, principalmente quando se utiliza um híbrido sensível ao complexo de enfezamento.
Uma das características que torna as infestações mais frequentes é o fato da espécie apresentar um alto potencial biótico, e a capacidade de migração a longas distâncias. O inseto pode colonizar desde campos recém germinados até o florescimento, em função da progressão das gerações de insetos, e da entrada de outras cigarrinhas já adultas, principalmente quando se tem plantas adultas nas imediações.
Aparência e ciclo de vida
Na fase adulta, a cigarrinha, mede de 3,7 a 4,3 mm de comprimento, sendo de coloração amarelo-palha. Apresenta duas manchas circulares negras na parte frontal e é frequentemente encontrada no cartucho do milho. O ovo, amarelado, tem um período embrionário de cerca de nove dias, sendo colocado dentro dos tecidos das plantas, preferencialmente na nervura central da folha.
As ninfas, que vivem no interior do cartucho do milho, passam por cinco instares, período este que dura cerca de 17 dias. Sua biologia é sensivelmente afetada pela temperatura, e em temperaturas abaixo de 20°C as ninfas não eclodem.
Sintomas e danos
Além de causar lesões como inseto sugador, ela é responsável por danos indiretos que geram perdas mais expressivas na cultura, pela transmissão de fitopatógenos como os molicutes, fitoplasma (Maize bushy stunt phytoplasma) e espiroplasma (Spiroplasma kunkelii), sendo estes, os agentes causais do enfezamento do milho.
Além de danos como redução do porte das plantas, redução da área foliar, obstrução do floema e má formação de espigas e grãos, o complexo de enfezamento causa podridão de espigas, afetando diretamente no peso e a qualidade dos grãos e aumenta o índice de quebramento de colmo, dificultando a operação de colheita e com isso, há uma significativa perda de produtividade.