Geral
O mofo-branco é uma doença causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, conhecido mundialmente por ser muito agressivo, cosmopolita, inespecífico e com um grande número de hospedeiros, podendo causar danos significativos em culturas de importância econômica como alface, algodão, batata, canola, ervilha, feijão, girassol, repolho, soja, tomate entre outras. Causa reduções médias de 21% na produtividade da soja, podendo chegar até a 70% em algumas lavouras isoladas. As sementes são a principal fonte de inóculo e podem estar contaminadas com micélio do patógeno ou ter escleródios misturados ao lote. Está distribuído em todas as regiões produtoras, sejam elas temperadas, subtropicais ou tropicais. O mofo branco é um inimigo que invade lentamente as lavouras e age com efeito devastador ao passar dos anos. Caracterizado como uma doença de grande importância econômica no Brasil, não só pelos danos que causa às culturas hospedeiras, como também pela atuação subsequente em cultivos futuros. No Brasil, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás já foram observadas perdas de até 50% no rendimento de várias culturas, sem considerar a provável diminuição da qualidade do produto colhido.
Ciclo de vida e aspecto do mofo-branco
As hifas são septadas, finas, brancas e ramificadas. Os escleródios inicialmente são pequenos e brancos, posteriormente se tornam escuros podendo ser de formato esférico ou irregular.
Sobrevive no solo por muitos anos sob a forma de escleródio, podem permanecer no solo por até 11 anos, conservando intacto seu poder patogênico. As baixas temperaturas e alta umidade são condições favoráveis para o desenvolvimento do fungo. Com a produção de escleródios ocorre a colonização nos tecidos. Em condições favoráveis e na presença de hospedeiro o escleródio germina e produz micélios (germinação miceliogênica), estes penetram nos tecidos da planta ou formam apotécios (germinação carpogênica), que emergem no solo e liberam ascósporos e na presença de flores e ambiente favorável, infectam as plantas hospedeiras.
As condições de clima favoráveis para seu desenvolvimento são alta umidade, acima de 70%, e temperaturas amenas (18-25 ºC). Em condições ótimas, os apotécios liberam ascósporos durante várias semanas, que são responsáveis pela infecção da parte aérea das plantas. O fungo invade os tecidos e provoca o seu apodrecimento. O micélio desenvolve-se sobre um substrato formado por tecidos mortos ou senescentes.
Sintomas e danos
Após a colonização ocorre necrose e podridão aquosa de fora para dentro, principalmente na região do caule. Provoca murcha, amarelecimento, e reduz o crescimento da planta. Nos tecidos infectados aparece uma eflorescência branca que lembra algodão, constituindo os sinais característicos da doença (Micélio). Em poucos dias o micélio transforma se em massa negra, rígida, o escleródio, que é a forma de resistência do fungo. Os escleródios variam em tamanho de poucos milímetros a alguns centímetros que são formados tanto na superfície como no interior da haste e das vagens infectadas. Os escleródios são compostos por três camadas distintas: uma parede grossa rica em melanina, responsável pela coloração negra dos escleródios, uma parede fina (córtex) e a medula branca, que nada mais é do que o micélio dormente do fungo. A melanina confere resistência aos escleródios às condições adversas do solo fazendo com que estes permaneçam viáveis por vários anos, mesmo na ausência de plantas hospedeiras.
O fungo pode colonizar os tecidos sadios entre 16 e 24 horas após a infecção do tecido floral senescente. Em tempo seco, o progresso da doença pode ser retardado ou paralisado, mas é retomado quando as condições de alta umidade retornam. O micélio pode permanecer viável em flores infectadas por até 144 horas em condições desfavoráveis e retoma o desenvolvimento quando há condições favoráveis.