Categoria: Notícias
Data de publicação: agosto 02, 2023

Pesquisa da CropLife Brasil, em parceria com a S&P Global, destaca o crescimento do mercado de bioinsumos na última safra

A CropLife Brasil, associação que reúne as principais empresas que atuam nos segmentos de sementes, biotecnologia, defensivos químicos e produtos biológicos, e a S&P Global, umas das empresas de auditoria mais conceituadas do mundo, anunciaram recentemente o lançamento da pesquisa “Mercado Brasileiro de Biodefensivos – Safra 2021/2022”. O objetivo é mostrar um panorama do mercado de biodefensivos no período, destacando a razão da procura crescente por esses produtos, e a expectativa dos agricultores em relação ao setor.

Esse é o terceiro estudo conduzido pela S&P sobre o mercado de bioinsumos brasileiro. A pesquisa concluiu que, alavancado por uma demanda global por uma agricultura mais sustentável, o setor de biológicos vem ganhando espaço entre os produtores e os diversos players deste mercado. Esses produtos são grandes aliados para o futuro da agricultura, por isso é importante entender o comportamento de quem os utiliza.

O estudo apresenta um panorama completo do crescimento do setor em relação ao preço pago pelos produtores (farm gate price). O valor estimado do mercado brasileiro de biodefensivos, segundo a pesquisa, é de cerca de R$ 3,3 bilhões para a safra 2021/2022. Isso representa um crescimento de 219% em relação ao valor de mercado da safra anterior, estimada em R$ 1,03 bilhão. A S&P também aponta que, no período entre 2018 e 2022, a taxa de crescimento anual (CAGR) de biodefensivos foi de 61,2%.

Para Amália Borsari, diretora de Biológicos da CropLife Brasil, esse desempenho mostra a força da indústria e explica a crescente demanda por esses produtos nos últimos dois anos. “É possível entender a rápida aderência do mercado. Estamos falando de uma indústria inovadora, que oferece inúmeros benefícios. Os biodefensivos são uma alternativa que, ao mesmo tempo que entregam um controle eficiente de pragas, podem atuar de forma sinérgica com outros produtos químicos, e ainda assim favorecer o meio ambiente”, destaca.

Os dados da pesquisa mostram que em 2021/2022, a taxa média de adoção de controle biológico subiu para 28% do total da área plantada em lavouras no País, que é estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 85,7 milhões de hectares. Em 2019/2020, a taxa média de adoção girava em torno de 17%. O que se espera é que o mercado de controle biológico continue apresentando taxas de crescimento elevado.

A pesquisa da S&P Global projeta um valor próximo a R$ 17 bilhões para o setor até 2030, considerando uma taxa de crescimento anual entre 2022 e 2023 de 23%.

Boa parte do mercado de bioinsumos é impulsionado por grandes culturas. O estudo considerou oito culturas, em oito estados diferentes, totalizando uma área de 47 milhões de hectares, onde os dados da pesquisa apontaram uma taxa de adoção de controle biológico perto de 39%, ou seja, em 16,6 milhões de hectares, os produtores fizeram pelo menos uma aplicação.

A área total de abrangência do estudo representa cerca de 69% do total da área tratada com pelo menos uma aplicação de biodefensivos em todo o país durante 2021/2022. Além disso, se considerarmos o número médio de uma aplicação durante a safra, a região tratada acumulada é estimada em 19 milhões de hectares, representando um valor de mercado em preços pagos pelos produtores, de cerca de R$ 2,4 bilhões ou U$ 456 milhões.

A soja é a cultura com a maior porcentagem de área tratada acumulada (42%) e de valor total do mercado (31%). Na sequência, algodão e cana, que em conjunto detém 39% da área tratada e 49% de valor de mercado. Para Amália, o crescimento do mercado de biológicos é um sinal positivo para o futuro da agricultura brasileira. “Quanto maior a adoção, maior a percepção da efetividade e o reconhecimento das vantagens ambientais destes produtos, o que eleva a adoção na próxima safra”, complementa.

Segundo a pesquisa, as três principais razões pelas quais os produtores recorrem aos biodefensivos são eficiência de controle (29%), durabilidade/vida útil (25%) e formulação (21%), aspectos relacionados à sustentabilidade e à inovação embarcada nessa tecnologia. O custo foi mencionado por apenas 2% da amostra, ainda que esses produtos, em geral, sejam eficazes em pequenas quantidades. Isso revela que, embora a questão econômica seja um fator, não é um critério determinante para a adoção.

A pesquisa também apurou que os bioinseticidas foram aplicados em 59% da área tratada acumulada e representam 51,9% do total do valor do mercado. Já os bionematicidas, produtos utilizados para controle biológico, utilizando organismos como fungos e bactérias para reduzir o erradicar pragas na lavoura, foram aplicados em 24% da área, correspondendo a 29,8% do mercado abordado na pesquisa. Em termos de ativos, os microbiológicos são os mais presentes nas áreas tratadas (97,8%), seguidos pelos macrobiológicos (2,2%). “A pesquisa mostra que 58% dos produtores acreditam que o mercado deve avançar nos próximos anos, e 50% esperam uma taxa de mais de 20% de crescimento. É um dado importante, vindo de quem maneja esses produtos no dia a dia, mostrando que não é só a indústria que acredita no potencial de uma agricultura sustentável”, destaca a executiva.

Para a construção da pesquisa, a S&P Global também utilizou dados do Censo Agrícola de 2017, conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O estudo ouviu mais de 1.900 agricultores em oito estados, sendo eles: Bahia, Espirito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.

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