A jornalista Renata Maron esteve em Dubai, durante a COP28, fazendo a cobertura exclusiva para o evento pela Koppert Brasil. Renata percorreu os principais espaços e conversou com muitos especialistas no principal evento sobre emergências climáticas do mundo.
O tour teve início no Pavilhão Chinês, com a entrevista do Dr. PhD Wayne Song, presidente da Green Carbon Nanotech, sobre uma tecnologia que capta dióxido de carbono da atmosfera e o transforma em matéria-prima que vira energia, por exemplo, para carros elétricos. O projeto foi finalista do Carbon XPrize e do Global Climate Trailblazer em San Francisco (EUA).
Desbravando a COP, ela passou pela área dedicada ao conhecimento, onde estavam empresas, associações e organizações que apresentaram os modelos sustentáveis que mais agregam hoje. Por lá, registrou o trabalho da Global Biofuels Alliance, uma aliança global dos biocombustíveis que reúne 22 países, incluindo o Brasil.
Houve ainda o contato com o trabalho da Emirates Red Crescent, organização humanitária internacional que apoia projetos que valorizam os pequenos produtores na comercialização de temperos produzidos pela agricultura familiar.
Na sequência da programação, o segundo dia foi para conhecer os trabalhos na Expo City Farm, que apresentava soluções sustentáveis para a agricultura. Havia plantações de alface, repolho, acelga, manjericão, temperos, plantas medicinais e plantas de cobertura. As explicações para quem visitava eram pautadas em como a produção sustentável pode ajudar a reverter as mudanças climáticas.
No dia seguinte, foi a vez de registrar a comunidade holandesa que participou da COP28 principalmente para mostrar sua expertise e trocar experiências na área de horticultura, construções de estufa e reúso da água. Com o grupo de empresas holandesas, Renata visitou a Armela Farms, produção em estufa referência e que utiliza tecnologia 100% vinda do país europeu e entrevistou Yassin Lahiani, responsável da Koppert pela expansão dos negócios no Oriente Médio.
Na reta final da COP28 entidades brasileiras do agro avaliaram que o país saiu mais forte da conferência. Renata conversou com os representantes de algumas delas. Segundo Gustavo Goretti, da área de produção sustentável do Ministério da Agricultura, o Brasil tem muito a ensinar para o mundo sobre questões como produção sustentável e agricultura de baixo carbono “Foi uma boa surpresa para a gente. Nos sistemas alimentares, o Brasil é um dos principais players e temos bastante a ensinar, com uma agricultura produtiva e sustentável. Então, foi positivo o balanço”, declarou.
Nelson Ananias, responsável pela área de sustentabilidade da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária), avalia que o Brasil potencializa sua presença e sai mais forte da COP 28, colocando o agro como parte da solução para evitar as emissões de gases de efeito estufa. “O setor agropecuário vem cada vez mais sendo inserido nas discussões para trazer e apontar soluções.”
Para o diretor-geral do Agroícone, Rodrigo Lima, essa COP foi marcada como a do grande aporte de financiamento para os projetos, que pode chegar a US$ 100 bilhões. “É financiamento vindo de diversas fontes, não de doação. E isso é um dos grandes desafios que se discutem na nova meta quantificada de financiamento”, avaliou.
A presidência da COP confirmou o Azerbaijão como o próximo país a sediar o evento e disse que continuará a construir estratégias para minimizar os efeitos das mudanças climáticas.