Produção de biológicos para a agropecuária tem aumento de 20%
As perspectivas para o mercado de biológicos no ano agrícola 2020/21 são muito positivas tanto em relação ao aumento de produção, de 20%, quanto na elevação de vendas, de até 30%. Essa expansão se dá em razão do crescimento do número de produtos registrados e também da maior adoção por parte dos agricultores brasileiros.
De acordo com dados da CropLife Brasil, entidade que reúne as empresas fabricantes de defensivos agrícolas, a projeção até dezembro/20 é de um crescimento nas vendas na faixa de 20% a 30% em comparação com a safra anterior. “Em alguns casos, há perspectivas que se aproximam do dobro em relação ao ano anterior. O uso de defensivos biológicos ainda está em consolidação no Brasil. Por isso, qualquer aumento na taxa de adoção em grandes culturas, como a soja, por exemplo, é sufi ciente para um elevado volume de vendas. Em relação à produção, o aumento previsto é de 20%, puxado pelos novos registros”, explica Gustavo Herrmann, conselheiro da CropLife Brasil e diretor comercial da Koppert Brasil. Atualmente, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) existem 309 biodefensivos registrados, sendo que houve o registro de 43 em 2019, e de 38 até junho do ano passado. “Esses dados indicam um mercado com grande potencial de crescimento. Até 2015, por exemplo, existiam apenas 107 registros. Em maio de 2020, tivemos o lançamento, pelo Mapa, do Programa Nacional
de Bioinsumos, que contou com a contribuição da CropLife Brasil. Trata-se de um marco para o setor.
O programa, certamente, vai dar um novo impulso à utilização de recursos biológicos na agropecuária brasileira”, destaca a diretora-executiva de biológicos da Croplife Brasil, Amália Borsari.
A área tratada com biológicos também tem aumentado, apesar de haver ainda muito para avançar. A soja, a cana-de-açúcar e o café correspondem às culturas que mais consomem biodefensivos - dos 77,7 milhões de hectares plantados no Brasil, cerca de 20 milhões são tratados com biodefensivos. Pesquisa da Spark Inteligência Estratégica aponta que esse mercado movimentou R$ 930 milhões (US$ 237 milhões) na safra 2019/20, com incremento de 46% em reais e de 34% em dólares ante 2018/19. A eficiência do controle biológico e o preço competitivo em relação a outras formas de manejo também são apontados como fatores positivos no crescimento desse mercado.