


Geral
Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae), é um inseto encontrado nas principais regiões agrícolas do mundo, adaptado especialmente às regiões de clima quente e umidade elevada. Os seus danos podem ser ocasionados tanto por adultos como por ninfas. Esses ocorrem devido a sucção da seiva e indiretamente, pela disseminação de vírus fitopatogênicos e favorecimento da "fumagina" que desenvolve nas substâncias açucaradas ("honeydew"), produto de excreção do inseto. É um inseto polífago, cujos hospedeiros preferenciais são: algodão, brócolis, couve-flor, repolho, abobrinha, melão, chuchu, melancia, pepino, berinjela, fumo, pimenta, tomate, pimentão, soja, uva e algumas plantas ornamentais como o bico-de-papagaio.
Ciclo de vida e aspecto da mosca-branca
Os adultos de B. tabaci apresentam comprimento de 1 a 2 mm, sendo a fêmea geralmente maior que o macho, aparelho bucal tipo sugador labial tetraqueta, dois pares de asas membranosas cobertas com uma pulverulência branca. Tanto a alimentação, quanto a oviposição dos adultos, ocorre preferencialmente na parte abaxial das folhas das plantas colonizadas. A reprodução de B. tabaci geralmente é do tipo sexuada, mas pode ocorrer também reprodução assexuada por partenogênese arrenótoca. Nesta, toda a progênie é de machos, enquanto que, havendo cruzamento entre fêmeas e machos adultos, são gerados descendentes machos e fêmeas. As ninfas passam por quatro estádios, ou ínstares, antes de se transformarem em adultos, sendo que o primeiro instar com pernas é móvel, enquanto que os três ínstares posteriores são desprovidos de estruturas locomotoras e, portanto, são sésseis. O quarto instar também é chamado de pré-pupa. O ciclo biológico do inseto em tomateiro, por exemplo, a 25ºC e umidade relativa de 65%, foi de 7,3 dias para a fase de ovo e as durações dos quatro ínstares ninfais foram 4,0; 2,7; 2,5 e 5,8 dias, respectivamente, com longevidades de fêmeas e machos de 19,0 e 19,4 dias, respectivamente, e oviposição de 194,9 ovos por fêmea. Em condições favoráveis, uma fêmea adulta pode ovipositar de 100 a 300 ovos durante sua vida, e 11 a 15 gerações do inseto podem ser completadas no período de um ano.
Sintomas e danos
Os danos causados pela mosca branca podem ser diretos ou indiretos. O processo alimentar do inseto se inicia com a penetração intercelular dos estiletes através de tecidos foliares do mesofilo até atingir o floema, onde ocorre a sucção de seiva elaborada, consistindo em um dano direto no vegetal. Além disto, o inseto pode provocar fitotoxemias pelo seu processo alimentar, com alterações fisiológicas na planta. Contudo, os principais danos responsáveis por perdas na lavoura são os indiretos. Como dano indireto, pode-se ter a formação de fumagina sobre as folhas, favorecida pela excreção do líquido açucarado por B. tabaci sobre o órgão vegetal, o que acarreta a perda de área fotossintética, prejudicando a produção e a qualidade dos frutos da planta, além da transmissão de vírus. É grande a quantidade e variabilidade de fitovírus transmitidos por B.tabaci, em torno de 111 vírus, pertencentes a várias famílias, são transmitidos pelo inseto em todo o mundo; os principais grupos e os de maior importância econômica são os dos gêneros Begomovirus e Crinivirus. Os vírus transmitidos por B. tabaci representam um sério problema fitossanitário em diversas culturas agrícolas. Atualmente este inseto tem causado danos altamente significativos devido à sua característica polífaga, alta capacidade reprodutiva, e principalmente, pelo desenvolvimento de resistência a alguns inseticidas, o que dificulta o controle em campo
