Pela primeira vez em oito anos, safra 2023/24 de cana-de-açúcar vai ter sobra de matéria-prima no campo.
Depois de passar por duas safras seguidas com baixa produtividade por conta de eventos climáticos, a temporada 2023/24 de cana-de-açúcar no Centro-Sul tem expectativa de produção recorde e que vai gerar a chamada cana bisada – plantas que sobram de uma safra para a outra sem serem cortadas.
Essa “supersafra” é resultado do El Niño que favorece a alta produtividade da cultura da cana e deixa a colheita com menos dias úteis. Mesmo com os altos preços do açúcar no final de 2023, e com algumas usinas estendendo o tempo de operação, estima-se de 20 a 40 milhões de toneladas de cana bisada, segundo Guilherme Moura, consultor da Global Cana. “A cana bisada é um evento que acontece de vez em quando, tem uns oito anos que a gente não observa a cana sobrando no campo para ser manejada na safra seguinte. É uma situação que exige certos cuidados no campo.”
Para Camillo Giachini, gerente de desenvolvimento de mercado de cana Koppert, se houver uma quantidade de cana bisada muito grande em relação à moagem, é preciso planejamento para que não interfira no ciclo normal da cultura em relação aos outros canaviais que devem ser colhidos.
É preciso ter cuidado na escolha dos canaviais que vão bisar, para não selecionar canas florescidas, isoporizadas, tombadas e com altos níveis de pragas e doenças. Ao mesmo tempo, deve-se proteger os canaviais durante o ciclo de verão, principalmente em relação a doenças foliares. “Esse planejamento garante que na hora da colheita, a cana bisada esteja sadia e possa passar pelas ações de maturação induzida, aumentar o teor de açúcar no início da safra e ser colhida até maio. Porque a partir desse período, a qualidade da cana-de-açúcar e a quantidade de quilos de ATR aumentam de uma forma substancial e isso não acontece na cana bisada na mesma velocidade”, explica o consultor.
Nesse sentido, o Sistema Integrado Koppert é um grande aliado para manter a cana bisada com qualidade para a colheita na data indicada. Para Giachini, o bioativador à base da alga Ascophyllum nodosum ajuda a planta a passar por esse período de estresse, quando a cana pode ter tombamento, um volume grande de folhas e uma extração maior de nutrientes do solo. Em relação às pragas, a cana bisada pode passar pelos tratamentos com o Metarhizium anisopliae, para controle da cigarrinha da raiz da cana-de-açúcar, Trichogramma galloi para a Broca-da-Cana e a Beauveria bassiana, indicada para controle do bicudo-da-cana.
É importante frisar que a qualidade dos produtos biológicos é essencial para os resultados positivos no campo. “Eu vejo uma grande oportunidade para a Koppert liderar esse processo e mostrar para as empresas que estão entrando qual é o caminho que deve ser feito, como fazer uma venda técnica e como garantir que aquilo que o seu produto realmente entregue é a expectativa do cliente”, comenta Moura.
Segundo Giachini, a área de cana tratada com biológicos é cada vez maior, com excelentes resultados. “A gente vê com bons olhos e com uma expectativa muito alta de fazer acontecer e poder entregar para o produtor o que tem de melhor hoje no controle biológico.”