Artigo publicado na Revista Inovar
Ano 02 | Edição 04| Setembro/2024
Luís Eduardo Magalhães – Bahia
Algodão: principais desafios e perspectivas quanto ao uso de biológicos
Por Letícia S. Kohn¹, Rainer E. Silva², Sheila C. V. de Oliveira³, Fernando S. Fonseca⁴ e Amanda P. Gilabel⁵ – ¹DM MAPITOPA,²DM GO Leste, ³DM GO Sudoeste, ⁴Gerente DA, ⁵Gerente Regional DM (GO, BA, MA, PI, TO, PA) – Koppert do Brasil
1. Introdução
O algodão (Gossypium hirsutum L.) é uma importante cultura em todo o mundo, cujas fibras são usadas na indústria têxtil, o óleo, oriundo das sementes, no consumo humano e para a fabricação de biocombustíveis e o farelo de algodão para alimentação animal.
No Brasil, o algodão contribui significativamente para a economia agrícola, sendo cultivado em diversas regiões do país, com destaque para o Mato Grosso e Bahia, cobrindo uma área de aproximadamente 1,9 milhões de hectares (ha), com produção e produtividade médias estimadas para a safra 2023/24 de 3,6 milhões de toneladas e 1874 kg/ha de algodão em pluma, respectivamente.
O Brasil é o quarto maior produtor mundial de algodão, o segundo maior exportador de algodão em pluma e possui o quinto maior parque produtivo, cuja cadeia produtora inclui mais de 28 mil empresas, com número expressivo de empregos ativos diretos e indiretos.
A cultura em questão possui grande relevância socioeconômica para a agricultura brasileira, como já mencionado; no entanto, é preciso lidar com adversidades em todas as áreas de manejo, dentre elas a fitossanidade, que será o foco nesse artigo. Fungos de solo e nematoides, insetos-pragas e doenças de parte aérea são fatores limitantes na produção da cultura, fazendo-se necessária a associação de métodos de controle para maior eficácia; dentre os quais, o controle biológico vem demonstrando seu valor e ganhando espaço dentro dos manejos adotados.
Por definição, o controle biológico é considerado a relação entre organismos, na qual, um deles (inimigo natural) age predando, parasitando ou competindo com o outro (praga), ocorrendo a redução populacional e mantendo-a abaixo do nível de dano econômico. Esse mercado tem evoluído exponencialmente, dada a importância da cultura, nível tecnológico adotado, diversidade de pragas e, obviamente, aos resultados que os produtos biológicos têm proporcionado quando utilizados de maneira isolada ou em associação com moléculas químicas.
No atual cenário, falando em manejo fitossanitário, o mercado de defensivos agrícolas no Brasil tem a liderança dos químicos, com R$ 83,4 bilhões em 2023; já os defensivos biológicos fecharam o último ano com R$3,1 bilhões, portanto, com uma representatividade de aproximadamente 4% e com perspectivas de evoluç