
Inovação e melhoria contínua são dois pilares do departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Koppert Brasil. É no setor que surgem as principais inovações e pesquisas estratégicas da nossa empresa para o campo. Gerente de P&D e doutor (PhD) em Patologia e Controle Microbiano de Insetos, Thiago Rodrigues de Castro lidera a área que tem sido essencial para garantir a Alta Performance das nossas soluções no setor produtivo. Confira mais detalhes na entrevista.
BioJournal - Como o departamento tem auxiliado e liderado as inovações da Koppert no mercado brasileiro?
Thiago Rodrigues de Castro: Nosso departamento de P&D tem sido fundamental na introdução de novos bioinsumos no mercado brasileiro. A Koppert Brasil possui uma trajetória marcada pela inovação e pioneirismo no setor de bioinsumos agrícolas. Fomos responsáveis pelos primeiros registros de produtos biológicos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), desbravando o mercado de bioinsumos no país. O departamento é essencial para manter a Koppert Brasil na vanguarda da inovação, pois todos os nossos produtos nascem das necessidades e desafios do campo. Trabalhamos em estreita colaboração com agricultores, universidades e centros de pesquisa para identificar desafios específicos e desenvolver soluções inovadoras. Além disso, realizamos testes rigorosos para garantir a eficácia e a segurança dos nossos produtos.
BioJournal - Como as pesquisas e o desenvolvimento de novos produtos e de novas soluções para a agricultura têm início?
Thiago Rodrigues de Castro: O processo começa com a identificação de uma necessidade ou problema específico no campo. Isso pode surgir a partir de feedback dos agricultores, tendências de mercado ou avanços científicos. Em seguida, nossa equipe de P&D realiza uma revisão da literatura existente, seguida por experimentos laboratoriais e testes em pequena escala para validar as hipóteses iniciais. A comunicação entre os departamentos da Koppert Brasil é essencial para garantir clareza no caminho a ser seguido no desenvolvimento de novas soluções, destacando os objetivos que queremos alcançar e os custos envolvidos nesse desenvolvimento.
BioJournal - Antes de um produto ir para o mercado, quais as etapas em que ele passa dentro do P&D?
Thiago Rodrigues de Castro: Antes de um produto ser lançado, ele passa por várias etapas, incluindo: pesquisa básica e revisão da literatura, com a coleta e análise de informações relevantes para fundamentar o desenvolvimento do produto; o desenvolvimento de protótipos e formulações; testes laboratoriais e em estufas, com a avaliação do desempenho e segurança do produto em ambientes controlados; ensaios de campo em pequena escala; avaliação de eficácia e segurança, etapa que realiza a análise dos resultados dos testes para garantir que o produto funcione conforme esperado e seja seguro; ajustes e otimizações baseados nos resultados dos testes, a partir de modificações no produto para melhorar seu desempenho com base nos dados obtidos; ensaios de campo em larga escala; e a preparação de documentação regulatória e submissão para aprovação, etapa que inclui a elaboração e envio de documentos necessários para obter a aprovação do produto, em colaboração com o departamento de Assuntos Regulatórios.
BioJournal - Qual o maior desafio do P&D no controle de pragas e doenças da agricultura?
Thiago Rodrigues de Castro: Um dos maiores desafios na Pesquisa e Desenvolvimento é trabalhar com a diversidade de pragas e patógenos que existem. A agricultura tropical enfrenta uma grande variedade de pragas e doenças devido à sua alta biodiversidade, o que torna o controle mais complexo, pois cada praga ou doença pode exigir uma abordagem diferente. O clima tropical, com alta umidade e temperaturas elevadas, favorece a proliferação de pragas e doenças, aumentando a frequência e a severidade dos surtos. Encontrar inimigos naturais que sejam eficazes e, ao mesmo tempo, economicamente viáveis para produção em larga escala, é outro desafio constante. Isso inclui o desenvolvimento de biopesticidas e práticas de manejo integrado de pragas (MIP). Esses desafios exigem uma abordagem multidisciplinar e colaborativa, envolvendo pesquisadores, agricultores e políticas públicas para desenvolver soluções eficazes e sustentáveis, além de buscar por soluções que sejam eficazes contra uma ampla gama de pragas e doenças, mas que também sejam seguras para o meio ambiente e para os seres humanos.
BioJournal - Como acontece o trabalho do P&D para a melhoria da eficácia das soluções do nosso portfólio e como funciona, na prática, o monitoramento e o controle de qualidade dos nossos produtos?
Thiago Rodrigues de Castro: A melhoria contínua é um foco central do nosso trabalho. Realizamos testes regulares de eficácia e ajustamos as formulações, conforme necessário. O monitoramento e controle de qualidade envolvem análises laboratoriais rigorosas em cada lote de produto, além de testes de campo para garantir que os produtos mantenham sua eficácia ao longo do tempo. Também coletamos feedback dos agricultores, por meio da nossa área Comercial e de Desenvolvimento de Mercado, para identificar áreas de melhoria. Um bom exemplo dessa melhoria contínua é a utilização da técnica de citometria de fluxo. Essa técnica analisa células ou partículas em suspensão em um líquido. Um feixe de luz (geralmente laser) passa por essas partículas, e a luz refletida é medida para identificar características físicas e químicas das células. Ela permite contar o número exato de células presentes em uma amostra, garantindo a dosagem correta, além de contar automaticamente células vivas e mortas, trazendo a porcentagem de células viáveis na análise. Além disso, ajuda a identificar diferentes tipos de células, garantindo que apenas as desejadas estejam presentes. A técnica também pode detectar células contaminantes que poderiam prejudicar a eficácia dos produtos. Outro benefício é a capacidade de processar grandes quantidades de amostras rapidamente, aumentando a eficiência do controle de qualidade. Esses benefícios ajudam a garantir que os produtos usados na agricultura sejam seguros e eficazes.
BioJournal - Existe uma estimativa de quantos estudos, pesquisas ou levantamentos técnicos/testes têm sido liderados no departamento atualmente?
Thiago Rodrigues de Castro: Atualmente, nosso departamento está liderando entre 30 e 40 projetos de pesquisa e desenvolvimento, focados na linha de lançamento de novos produtos. Além desses projetos, também realizamos estudos laboratoriais, incluindo mais de 300 ensaios de compatibilidade com agrotóxicos por ano, ensaios em casa de vegetação e campo, e colaborações com instituições de pesquisa. Esses projetos abrangem uma variedade de áreas, desde o desenvolvimento de novos bioinsumos até a otimização de produtos existentes. A equipe de P&D da Koppert Brasil também lidera o SPARCBio (São Paulo Advanced Research Center for Biological Control), com o objetivo de promover pesquisas científicas de alto nível voltadas ao desenvolvimento de tecnologias agrícolas sustentáveis. O centro conta com a participação de diversos pesquisadores e especialistas, tanto nacionais quanto internacionais, que trabalham em linhas de pesquisa como a descoberta de novos agentes biológicos de controle e o desenvolvimento de novas tecnologias.
BioJournal - Para terminar, por que somos uma empresa de Alta Performance?
Thiago Rodrigues de Castro: Na Koppert, a Pesquisa e Desenvolvimento estão no nosso DNA e ser uma empresa de Alta Performance significa constantemente superar expectativas em inovação, eficiência e resultados. Na área de P&D da Koppert Brasil, isso se traduz em desenvolver soluções biológicas de ponta que atendem às necessidades dos agricultores, melhorando a produtividade e a sustentabilidade agrícola. Nossa equipe é altamente qualificada e comprometida com a excelência, utilizando as mais recentes tecnologias e metodologias de pesquisa. Essa Alta Performance em P&D é um dos pilares que sustenta nossa liderança no mercado, com inovação, conhecimento técnico, eficiência, colaboração, adaptação e foco em resultados.