Categoria: Notícias
Data de publicação: outubro 30, 2020

Entrevista: Paulo Ozaki – criador do AgroResenha, o primeiro podcast do agro

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Entrevista: Paulo Ozaki – criador do AgroResenha, o primeiro podcast do agro

Pode o que? Era assim que as pessoas reagiam quando Paulo Ozaki entrou no mundo dos podcasts – divulgações de áudio de assuntos de interesse, que podem ser feitos em forma de entrevistas ou depoimentos dos apresentadores. O diferencial do podcast, é que pode ser feito por qualquer pessoa, aumentando seu alcance e possibilidades, e normalmente está ligado a algum nicho ou segmento.

Paulo identificou em 2013 que não havia podcasts voltados para o agronegócio e como amante dessa mídia, lançou, alguns depois o AgroResenha, o primeiro podcast brasileiro do agro. Confira um pouco de sua trajetória:

BioJournal - Como surgiu a ideia de fazer um podcast agro?

Paulo - Eu conheci esse tipo de mídia quando eu morava no Pará, em 2013. Um consultor da fazenda onde eu trabalhava me indicou e eu não sabia o que era. Eu até brinco que ele me perguntou se eu sabia o que era podcast e eu respondi: Pode o que?

Eu comecei a escutar naquela época, lá eu não tinha televisão e deixava baixando na sede da fazenda e à noite eu escutava os podcasts. Isso mudou bastante minha forma de capturar informação. Eu fiquei com isso na cabeça e não achei nenhum podcast de agro.

Depois desse período, em 2017, eu voltei a procurar um podcast de agro e me surpreendi que não tinha ainda. Daí surgiu a ideia de fazer um podcast porque na época eu viajava uns 3 mil quilômetros por mês no carro e só escutava podcast. Pensei que tinha um monte de gente igual a mim que também gostaria de ouvir algo relacionado ao agronegócio.

BioJournal - Qual era seu objetivo quando iniciou o projeto?

Paulo - Eu tinha três objetivos muitos claros: aumentar minha rede de contatos, conversar com mais gente e entender o que essas pessoas estavam fazendo; e conhecimento. Imaginei que se eu conversasse sobre assuntos diversos o meu repertório aumentaria; e pensei num projeto de longo prazo para que quando eu tiver meus 40 anos eu consiga viver disso, virar um negócio.

BioJournal - Como está hoje o AgroResenha em termos de quantidade de ouvintes?

Paulo - Como se trata de podcasts é difícil saber a quantidade exata de ouvintes, a métrica que a gente usa é a quantidade de downloads, em um determinado período. Hoje, tenho na faixa de 600 downloads em um episódio novo depois de uma semana colocado no ar. Só que um fato interessante do podcast é que a pessoa pode escutar o episódio daquela semana, mas muitas vezes ela escuta mais de um episódio. E tem muita gente nova todas as semanas e é muito comum que acabem maratonando. Eu recebo muitas mensagens de pessoas que conheceram o AgroResenha e ouviram desde o episódio um.

Apesar de cada episódio lançado ter uma faixa de 600 downloads na primeira semana, quando pega o compilado da semana tem mais de 3.000 downloads contando todos os episódios.

BioJournal - Quais assuntos você costuma abordar?

Paulo - Eu não tenho um tema específico. A grande temática do AgroResenha é conversar com pessoas do agro. O foco é sempre na pessoa, no desenvolvimento dela, nas decisões profissionais e pessoais que ela tomou. E o agronegócio é o pano de fundo dessa conversa. A minha ideia desde o início foi trazer gente que está fazendo acontecer e não necessariamente está nos holofotes. Estou conversando com gente que está trabalhando em cada uma de suas áreas, porque no fundo o objetivo é comunicar o agronegócio para o agro, mas também tem uma parcela de 10 a 15% da minha audiência que não é do agro necessariamente. Eu gosto de mostrar que as pessoas que trabalham no agro são como todas as outras.

BioJournal - Qual o perfil do seu público?

Paulo – Pouco mais de 60% da minha audiência é de pessoas com idade entre 24 e 34 anos, esse é o grande core da minha audiência. Tem muita gente recém-formada em agronomia e ciências agrárias em geral, e muitos que já estão no mercado. Percebo que tem muito produtor rural jovem, em sucessão.

Outro dado interessante é que 77% são homens, mas cada vez mais as mulheres estão escutando podcast e aderindo à plataforma. Quando você pega dados nacionais já se percebe esse aumento de mulheres também.

BioJournal - Como está hoje o mercado de podcasts?

Paulo – Quando eu comecei a fazer podcast, o mercado se resumia aos grandes que já estavam há algum tempo e mesmo assim ainda era meio precário. Esse mercado praticamente não existia em 2017, há bem pouco tempo.

Nos últimos três anos, houve vários eventos que culminaram numa maior visibilidade dos podcasts. O primeiro deles foi quando o Google criou um aplicativo exclusivo para podcasts, depois o Spotify entrou forte no mundo dos podcasts, inclusive comprou uma plataforma de hospedagem de áudio que possibilitou que muita gente pudesse produzir seus podcasts de forma gratuita e no Brasil no ano passado foi a entrada da Rede Globo no mercado de podcasts.

Depois da Globo o mercado mudou e as empresas começaram a procurar mais os podcasts, mas muitos ainda têm receio e não entendem de fato como funciona, porque é bastante diferente de uma mídia tradicional. Não temos milhões de ouvintes, mas as pessoas que escutam são muito mais engajados naquele tipo de conteúdo abordado.

BioJournal - Você indicaria outros podcasts para o público agro?

Paulo – O mundo dos podcasts só existe porque as pessoas se indicam. Os primeiros que eu posso indicar são os podcasts que estão na Rede Agrocast - www.redeagrocast.com.br - são 10 podcasts com assuntos variadíssimos do universo agro.

Fora da rede eu indicaria o Agrodepende e o Mateando com o Agro. Eu fiz um levantamento recente que mostrou que já temos mais de 60 podcasts de agro no Brasil, sendo que a maioria são iniciativas de empresas.

BioJournal - Fale sobre sua trajetória profissional

Paulo – Eu sou de Mato Grosso, saí do meu estado em 2004 para estudar agronomia na Esalq, em Piracicaba. Durante a faculdade me especializei na área de zootecnia, de ruminantes. No final do curso ingressei no Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – onde eu trabalhei por 4 anos e meio na cadeia do leite. Depois tive uma experiência breve no Pará numa fazenda de pecuária de corte, de um grupo grande. Em 2014 voltei para Mato Grosso para trabalhar numa empresa de nutrição animal, quando eu viajava 3 mil quilômetros por mês atendendo cliente, depois eu fui para o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) onde atuei por quatro anos no mercado de pecuária de corte e projetos do instituto. No final de 2018 eu voltei para a empresa de nutrição animal, num cargo de gestão, onde eu trabalho hoje com o atendimento ao cliente. Desde 2017 eu toco paralelamente o podcast.

Quem quiser conhecer o AgroResenha Podcast, basta acessar www.agroresenha.com.br.

Pode o que? Era assim que as pessoas reagiam quando Paulo Ozaki entrou no mundo dos podcasts – divulgações de áudio de assuntos de interesse, que podem ser feitos em forma de entrevistas ou depoimentos dos apresentadores. O diferencial do podcast, é que pode ser feito por qualquer pessoa, aumentando seu alcance e possibilidades, e normalmente está ligado a algum nicho ou segmento.

Paulo identificou em 2013 que não havia podcasts voltados para o agronegócio e como amante dessa mídia, lançou, alguns depois o AgroResenha, o primeiro podcast brasileiro do agro. Confira um pouco de sua trajetória:

BioJournal - Como surgiu a ideia de fazer um podcast agro?

Paulo - Eu conheci esse tipo de mídia quando eu morava no Pará, em 2013. Um consultor da fazenda onde eu trabalhava me indicou e eu não sabia o que era. Eu até brinco que ele me perguntou se eu sabia o que era podcast e eu respondi: Pode o que?

Eu comecei a escutar naquela época, lá eu não tinha televisão e deixava baixando na sede da fazenda e à noite eu escutava os podcasts. Isso mudou bastante minha forma de capturar informação. Eu fiquei com isso na cabeça e não achei nenhum podcast de agro.

Depois desse período, em 2017, eu voltei a procurar um podcast de agro e me surpreendi que não tinha ainda. Daí surgiu a ideia de fazer um podcast porque na época eu viajava uns 3 mil quilômetros por mês no carro e só escutava podcast. Pensei que tinha um monte de gente igual a mim que também gostaria de ouvir algo relacionado ao agronegócio.

BioJournal - Qual era seu objetivo quando iniciou o projeto?

Paulo - Eu tinha três objetivos muitos claros: aumentar minha rede de contatos, conversar com mais gente e entender o que essas pessoas estavam fazendo; e conhecimento. Imaginei que se eu conversasse sobre assuntos diversos o meu repertório aumentaria; e pensei num projeto de longo prazo para que quando eu tiver meus 40 anos eu consiga viver disso, virar um negócio.

BioJournal - Como está hoje o AgroResenha em termos de quantidade de ouvintes?

Paulo - Como se trata de podcasts é difícil saber a quantidade exata de ouvintes, a métrica que a gente usa é a quantidade de downloads, em um determinado período. Hoje, tenho na faixa de 600 downloads em um episódio novo depois de uma semana colocado no ar. Só que um fato interessante do podcast é que a pessoa pode escutar o episódio daquela semana, mas muitas vezes ela escuta mais de um episódio. E tem muita gente nova todas as semanas e é muito comum que acabem maratonando. Eu recebo muitas mensagens de pessoas que conheceram o AgroResenha e ouviram desde o episódio um.

Apesar de cada episódio lançado ter uma faixa de 600 downloads na primeira semana, quando pega o compilado da semana tem mais de 3.000 downloads contando todos os episódios.

BioJournal - Quais assuntos você costuma abordar?

Paulo - Eu não tenho um tema específico. A grande temática do AgroResenha é conversar com pessoas do agro. O foco é sempre na pessoa, no desenvolvimento dela, nas decisões profissionais e pessoais que ela tomou. E o agronegócio é o pano de fundo dessa conversa. A minha ideia desde o início foi trazer gente que está fazendo acontecer e não necessariamente está nos holofotes. Estou conversando com gente que está trabalhando em cada uma de suas áreas, porque no fundo o objetivo é comunicar o agronegócio para o agro, mas também tem uma parcela de 10 a 15% da minha audiência que não é do agro necessariamente. Eu gosto de mostrar que as pessoas que trabalham no agro são como todas as outras.

BioJournal - Qual o perfil do seu público?

Paulo – Pouco mais de 60% da minha audiência é de pessoas com idade entre 24 e 34 anos, esse é o grande core da minha audiência. Tem muita gente recém-formada em agronomia e ciências agrárias em geral, e muitos que já estão no mercado. Percebo que tem muito produtor rural jovem, em sucessão.

Outro dado interessante é que 77% são homens, mas cada vez mais as mulheres estão escutando podcast e aderindo à plataforma. Quando você pega dados nacionais já se percebe esse aumento de mulheres também.

BioJournal - Como está hoje o mercado de podcasts?

Paulo – Quando eu comecei a fazer podcast, o mercado se resumia aos grandes que já estavam há algum tempo e mesmo assim ainda era meio precário. Esse mercado praticamente não existia em 2017, há bem pouco tempo.

Nos últimos três anos, houve vários eventos que culminaram numa maior visibilidade dos podcasts. O primeiro deles foi quando o Google criou um aplicativo exclusivo para podcasts, depois o Spotify entrou forte no mundo dos podcasts, inclusive comprou uma plataforma de hospedagem de áudio que possibilitou que muita gente pudesse produzir seus podcasts de forma gratuita e no Brasil no ano passado foi a entrada da Rede Globo no mercado de podcasts.

Depois da Globo o mercado mudou e as empresas começaram a procurar mais os podcasts, mas muitos ainda têm receio e não entendem de fato como funciona, porque é bastante diferente de uma mídia tradicional. Não temos milhões de ouvintes, mas as pessoas que escutam são muito mais engajados naquele tipo de conteúdo abordado.

BioJournal - Você indicaria outros podcasts para o público agro?

Paulo – O mundo dos podcasts só existe porque as pessoas se indicam. Os primeiros que eu posso indicar são os podcasts que estão na Rede Agrocast - www.redeagrocast.com.br - são 10 podcasts com assuntos variadíssimos do universo agro.

Fora da rede eu indicaria o Agrodepende e o Mateando com o Agro. Eu fiz um levantamento recente que mostrou que já temos mais de 60 podcasts de agro no Brasil, sendo que a maioria são iniciativas de empresas.

BioJournal - Fale sobre sua trajetória profissional

Paulo – Eu sou de Mato Grosso, saí do meu estado em 2004 para estudar agronomia na Esalq, em Piracicaba. Durante a faculdade me especializei na área de zootecnia, de ruminantes. No final do curso ingressei no Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – onde eu trabalhei por 4 anos e meio na cadeia do leite. Depois tive uma experiência breve no Pará numa fazenda de pecuária de corte, de um grupo grande. Em 2014 voltei para Mato Grosso para trabalhar numa empresa de nutrição animal, quando eu viajava 3 mil quilômetros por mês atendendo cliente, depois eu fui para o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) onde atuei por quatro anos no mercado de pecuária de corte e projetos do instituto. No final de 2018 eu voltei para a empresa de nutrição animal, num cargo de gestão, onde eu trabalho hoje com o atendimento ao cliente. Desde 2017 eu toco paralelamente o podcast.

Quem quiser conhecer o AgroResenha Podcast, basta acessar www.agroresenha.com.br

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