
Por: Renata Maron
A taxonomia na classificação biológica é fundamental, pois nos ajuda a entender e classificar as espécies, facilitando a comunicação e pavimentando o caminho para potenciais avanços na agricultura e na conservação do meio ambiente.
"A taxonomia busca basicamente classificar, não apenas os insetos, mas todas as espécies de organismos que vivem na terra, dar nome e descrever como conseguimos identificar cada um deles. No caso da taxonomia na classificação biológica, a gente quer saber quem são as pragas e quem são os inimigos naturais, reconhecê-los e dar nomes a eles", explica Marcelo Tavares, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Com base nesse conhecimento, são armazenadas as informações de biologia e distribuição dos organismos, permitindo que todo mundo fale a mesma língua.
"A gente fica triste por sermos poucos, mas extremamente feliz por conseguirmos ajudar tanto no controle de pragas ou na identificação das pragas que estão ocorrendo", comenta Daniell Rodrigo Rodrigues Fernandes, titular do Programa de Pós-Graduação em Entomologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
A evolução constante da taxonomia desafia constantemente os profissionais. Por isso, a pesquisa é essencial.
"A identificação correta dos insetos envolvidos dentro de um projeto de controle biológico é importante tanto para a praga quanto para a identificação do seu inimigo natural. Com o nome da espécie, nós temos a nosso dispor toda a literatura associada a ela, e temos a oportunidade de entender o que está acontecendo", avalia Valmir Antonio Costa, pesquisador do Instituto Biológico de São Paulo.
"Não fazemos nada se não tivermos o nome daquilo que está ao nosso redor, ou seja, das plantas, dos animais, das bactérias e dos vírus. Então, a taxonomia tem esse papel", completa Marcelo.
A taxonomia integrativa usa todos os recursos disponíveis para interpretar as espécies. A incorporação de novas tecnologias e abordagens multidisciplinares promoveu um entendimento mais aprofundado das relações evolutivas e das interações entre os organismos, fortalecendo a capacidade da taxonomia para responder às demandas do mundo moderno.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia vem desenvolvendo um importante trabalho na região Norte do Brasil, que engloba a taxonomia.
"A gente está na Amazônia, um dos locais de maior biodiversidade do planeta, então, imagina a quantidade de espécies que temos ali. Isso, na realidade, acaba sendo uma fonte quase infinita para pesquisas que, no futuro, podem ser utilizadas como produtos biológicos. Imagina se eu descubro 10 novas espécies que podem controlar uma praga e elas possam ser utilizadas para o controle biológico. Essa fonte é inesgotável", conclui Daniell.