A indústria de produtos biológicos no Brasil registrou faturamento de mais de 1,17 bilhão de reais em 2020, um aumento de 75% em relação a 2019, de acordo com dados da CropLife Brasil. O segmento de produtos destinados ao controle de nematoides encabeça a lista dos ativos mais vendidos no país, seguido pelos produtos para tratamento de sementes (TS), bionseticidas e biofungicidas. O estudo, elaborado pela Blink Consultoria e CropLife, aponta crescimento, também, no valor acumulado na comercialização desses produtos (farm gate price). O faturamento total em 2020 foi de 1,342 bilhão de reais, 42% mais que em 2019.
Para 2021 a expectativa é de mais crescimento, algo em torno de 33% em comparação a 2020. E no médio prazo, a perspectiva também é bastante promissora. Segundo a Blink, o mercado deve triplicar nos próximos 10 anos, atingindo quase 3,700 bilhões de reais em 2030.
Na base dessa projeção, está a alta adoção de bioinsumos nas principais culturas brasileiras. Atualmente, a soja já responde por 40% do mercado, seguida por cana-de-açúcar (20%), milho (10%), hortaliças e frutas (8%) e algodão (5%).
No caso das culturas de soja e cana, a maior demanda se concentra nas soluções biológicas para controle de nematoides. No Centro-norte do país, por exemplo, há regiões nas quais os níveis de ocorrência dessa praga já superam 60% da área cultivada.
De acordo com a CropLife, a demanda por bionseticidas e biofungicidas também vem crescendo significativamente, em especial, por produtos para controle de insetos sugadores.
O investimento da indústria de bioinsumos no desenvolvimento de novas tecnologias acompanha o crescimento do mercado. Nos últimos 3 anos, foram registrados mais de 45% do total de biológicos autorizados para uso no Brasil. Com isso, já há uma grande oferta de produtos, com alta eficácia e maior tempo de prateleira, para atender as necessidades de 31% do mercado de defesa vegetal em soja, 34% em cana, 39% em milho, 21% em algodão e 25% em café.