Geral
No Brasil, a espécie tem se tornado um sério problema fitossanitário na cultura da soja, com vários surtos ocorrendo isolados ou associados à lagarta-da-soja. C. includens é um inseto polífago com capacidade de se desenvolver em 73 plantas hospedeiras no Brasil, pertencentes a 29 famílias. Inicialmente, as lagartas da praga foram observadas atacando feijão (Phaseolus vulgaris), repolho, quiabo, batata-doce, fumo e tomate (Solanum lycopersicum), sendo estas plantas consideradas os hospedeiros mais frequentes da praga. Posteriormente, foi observado ataque também algodão (Gossypium hirsutum) e soja (Glycine max). Além dessas culturas, foi constatado o ataque em girassol (Helianthus annuus), alface (Lactuca sativa) e couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis). Apesar dessa grande gama de hospedeiros, C. includens é um inseto com preferência e melhor adaptação à soja. A polifagia é uma característica que pode colaborar com a dinâmica populacional e condição de praga, uma vez que as populações podem se desenvolver simultaneamente em diferentes plantas hospedeiras dentro de uma região ou podem persistir no ambiente em baixa densidade até a fêmea encontrar um hospedeiro capaz de sustentar o desenvolvimento das lagartas.
Aparência e ciclo de vida da Lagarta falsa medideira
O ovos são globulares e possuem coloração creme-clara inicialmente e marrom-clara próximo à eclosão, medem cerca de 0,5 mm. São depositados individualmente e de preferência na superfície inferior das folhas. O desenvolvimento embrionário se completa em torno de 2,5 dias. Na maioria das vezes na parte inferior. As fêmeas ovipositam em média 600 ovos. As lagartas que eclodem são de coloração verde-clara, com listras longitudinais brancas e pontuações pretas, atingindo de 40 a 45 mm de comprimento em seu último estádio larval. Dentro de cada ínstar, a lagarta sofre uma perceptível mudança na coloração, de verde amarronzada clara enquanto se alimenta, para verde-limão translúcida. Apresentam seis ínstares e possuem processos internos característicos na mandíbula que os distingui da lagarta Trichoplusia ni. O consumo total médio de folhas de soja por lagartas varia de 64 cm2 a 200 cm2. Depois do último ínstar larval, esta lagarta se transforma em pupa, que ocorre sob uma teia (fios de seda), em geral na face abaxial das folhas. A coloração da pupa é de amarelo-pálida para verde-clara no início do desenvolvimento, com pigmentação dorsal irregular até 48 horas antes da emergência. O período pupal dura de 7 a 9 dias até a emergência dos adultos. Com o passar dos dias, as pupas tornam-se mais escuras. O padrão de coloração, entretanto, é afetado pelo tipo da dieta em que a lagarta se desenvolve. Em geral, lagartas de C. includens alimentadas com folhas irão originar pupas verde-escuras. O acasalamento ocorre à noite. O período de seca é favorável ao seu desenvolvimento. Os adultos apresentam coloração marrom acinzentada e com duas manchas prateadas no primeiro par de asas. Em repouso, as asas da mariposa formam um ângulo de aproximadamente 90 graus. Possui aproximadamente 28 mm de envergadura. A parte basal da asa é mais clara. A longevidade dos adultos é de aproximadamente de 15 dias. O acasalamento ocorre, normalmente, entre 22h e 4h, sendo muito importante nesse processo a do feromônio sexual pelas fêmeas O ciclo biológico dura em média 25 dias.
Sintomas e danos
O hábito de alimentação desta lagarta é ascendente, ou seja, de baixo para cima na planta. As lagartas atacam as folhas, raspando-as enquanto são pequenas, ocasionando pequenas manchas claras; à medida que crescem, ficam vorazes e destroem completamente as folhas, podendo danificar até as hastes mais finas. Desfolhamento de aspecto rendilhado. Redução da produtividade.